O Governo do Estado lançou nesta semana o Painel da Vigilância em Saúde, ferramenta que correlaciona um mapeamento ambiental com as ocorrências de dengue e leptospirose, permitindo uma análise que possa embasar políticas públicas mais eficientes. Ele apresenta dados como distribuição de casos de dengue e leptospirose por cidade com vegetação nativa, áreas embargadas, concentrações urbanas, taxa de cobertura de coleta de resíduos, qualidade de água, temperatura média, precipitação, entre outros.
O Instituto Água e Terra (IAT), vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), foi o criador do painel. Ele foi originado a partir do projeto Paraná Eficiente, financiamento com o Banco Mundial que visa melhorar a gestão pública. O Estado recebeu uma parcela de US$ 7,5 milhões (cerca de R$ 40 milhões) para custear o painel.
Nele é possível consultar as informações por cidade. Após acessar o link da aplicação, a consulta pode ser realizada adicionando camadas de dados de saúde – dengue e leptospirose – e dados ambientais, que somam 31 variáveis, como inundação, aterros e lixões e densidade demográfica que, quando sobrepostas, geram informação uma informação de maior complexidade para orientar a ação do Estado.
O diretor-presidente do IAT, José Luiz Scroccaro, explica que esta atualização amplia a integração dos dados de vigilância em saúde, associando informações. O cruzamento mais detalhados entre ocorrências de saúde pública e variáveis ambientais e reforça o caráter estratégico da plataforma para a tomada de decisões governamentais.
“Com este georreferenciamento estamos colocando que os focos principais dessas doenças estão em determinados pontos mais claros, em um distrito, município e bairro mais específicos, minimizando o impacto de custos que temos para combater essas doenças”, diz.
O painel vai contribuir com as ações de saúde pública já executadas pela Secretaria da Saúde e IAT nessas áreas. Pela saúde são investimentos em campanhas educativas, recursos para vigilância municipal e fumacê, no caso da dengue, além do atendimento especializado em casos de leptospirose, provocados geralmente em períodos chuvosos.
O IAT, que coordena as políticas ambientais, ajuda os municípios com as políticas de recolhimento de lixo, fiscalização ambiental contra desmatamento e construções em áreas irregulares, licenciamentos e preservação da flora e da fauna.
“É mais um instrumento importante de gestão, de prevenção, para que, de uma forma organizada, junto com as prefeituras, a gente possa atacar o problema de forma definitiva e melhorar a qualidade da vida das pessoas, com soluções práticas para aquela realidade”, disse o secretário de Estado do Planejamento, Guto Silva, que coordena o trabalho com o Banco Mundial.
SAÚDE – Além disso, dentro desse mesmo contexto, o Estado disponibiliza painéis específicos sobre monitoramento epidemiológico para arboviroses (Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela), leptospirose, com mapeamentos de risco, surtos de diarreias agudas e vigilância da qualidade da água para consumo humano.
PARANÁ EFICIENTE – O Paraná Eficiente, previsto para durar cinco anos, é dividido em dois componentes: o componente 1 com foco em programa por resultados (PforR), no valor de US$ 120,5 milhões, e o componente 2, que compreende assistência técnica, com áreas transversais para apoiar o programa para resultados, no valor de US$ 9,5 milhões.
Os recursos da operação serão destinados ao financiamento parcial de ações já previstas no PPA e em conformidade com as alocações estabelecidas na LOA (Lei Orçamentária Anual).
As áreas que se beneficiarão dos resultados são Saúde, na prestação e modernização dos serviços; Instituto Água e Terra e Coordenadoria Estadual da Defesa Civil do Paraná, na modernização ambiental e de riscos de desastres; e secretarias do Planejamento, da Administração e da Previdência da Inovação, Modernização e Transformação Digital no fortalecimento do planejamento do setor público e gestão de investimentos.
Segundo o diretor de projetos da SEPL, Marcos Marini, o projeto tem sido realizado no prazo estipulado, cumprindo o objetivo de levar mais eficiência a diversas áreas da gestão pública. “Essa ação é importante e conseguimos cumprir mais uma etapa dos desembolsos junto ao financiamento que o Governo do Estado do Paraná assinou, em contrato de 2021 junto ao Banco Mundial, e com isso avançamos em ações efetivas para beneficiar a população paranaense”, disse.
FONTE: AEN/PR